IDENTIDADE DE GÊNERO: É como a pessoa se reconhece. Para alguns indivíduos, essa identidade corresponde ao sexo biológico: os CISGÊNEROS. Para outros, não: TRANSEXUAIS OU TRANSGÊNEROS.
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Diz respeito à atração afetivossexual por um gênero, explica a educadora sexual Leila Campos. Não necessariamente está ligada à questão de gênero, uma pessoa transexual pode ser heterossexual, homossexual ou bissexual.
SEXO BIOLÓGICO: Com base nas genitálias, é feita a classificação como homem, mulher ou hermafrodita. Os órgãos sexuais dizem respeito à identidade sexual e fazem parte da estrutura física determinada cromossomicamente na fecundação e são desenvolvidos ao longo da gestação, elucida Leila.
Fora dos holofotes: A maior parte das pessoas transgêneras segue longe dos holofotes e sequer entra para as estatísticas - não há um levantamento confiável sobre quantas pessoas trans há no planeta. O motivo, a transfobia - o preconceito, a discriminação, o medo e/ou o ódio sofrido por esses indivíduos. Assim, muitos costumam se esconder, e buscar o anonimato, principalmente, no Brasil, uma vez que o país ganhou o primeiro lugar na categoria dos que mais matam travestis e transsexuais no mundo. Entre janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no país, segundo pesquisa da organização não governamental (ONG) Transgender Europe (TGEU), quatro vezes mais que no México, segundo país com maioria dos casos registrados. E é provável que haja muitos outros não documentados.
As consequências da transfobia podem se irreversíveis. É o que mostra um estudo sobre saúde mental encomendado à Transgender Equality Network pela comunidade de "trans" da Irlanda. O resultado da pesquisa mostrou que 78% das pessoas transgêneras pensaram em se suicidar e 44% tentaram pelo menos uma vez. Entre as causas tendências suicidas apontadas pelo trabalho irlandês está o "estresse extremo" ligado ao fato do indivíduo exibir um sexo que não é o seu natural.
O preconceito dificulta a vida em sociedade. Podemos constatar isso com a escassez de oportunidades de trabalho que lhes são oferecidas: de acordo com os dados da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil), 90% das mulheres trans acabam se prostituindo. Um dos fatores que as levam a optar por esse trabalho é justamente a falta de oportunidade no mercado, que não reconhece sua identidade. A principal luta dessas pessoas tem sido por um tratamento justo como o de um indivíduo qualquer, sem serem julgadas por seu sexo, orientação ou gênero.
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