domingo, 30 de dezembro de 2018

O processo - Franz Kafka



Josef K., homem culto, respeitável e bem estabelecido, vê-se um dia acusado de um crime que ele não sabe qual é, por uma Justiça que ele desconhece por completo e contra a qual não sabe como se defender. Desse modo, ao longo da narrativa, assistimos  à trajetória de K. conforme ele é tragado, pouco a pouco e inescapavelmente, pelo "processo".


"O processo", publicado originalmente em 1925, é considerado um dos livros mais importantes da literatura mundial. Na obra, o comum e o grotesco se imiscuem, compondo uma atmosfera de estranheza e opressão, em que o absurdo toma o lugar do cotidiano e é apresentado com a maior naturalidade. Essa inversão define o conceito de kafkiano, talvez o mais representativo do século XX..




A obra foi adaptada para o cinema em 1962, no filme homônimo de Orson Welles.


"Por que, então, não me casei? Havia, como em tudo, algumas dificuldades, mas a vida consiste exatamente em aceitá-las. O obstáculo fundamental, independente, por desgraça, do caso isolado, era que de forma ostensiva sou espiritualmente incapaz de casar-me. Isto se manifesta pelo fato de que, desde o momento em que tomo a decisão de me casar, já não posso conciliar o sono, a cabeça arde-me de dia e de noite, já não é vida, vago desesperado de um lado para outro. Não são precisamente as preocupações o motivo disto, se bem que inquietudes infindas, surgidas de minha estupidez e pedanteria, as acompanham, mas não constituem o essencial; como vermes completam a tarefa no cadáver, mas não são outras as que me acertam definitivamente. É o peso geral do temor, a debilidade, autodesprezo". - página 20 21

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